Origens de uma composição
Eu escrevo sobre aquilo que eu sinto,
Sobre as coisas que eu vejo,
E sobre as coisas que eu sonho.
É certo que ninguém pode falar,
De coisas que nunca viu!
E nem de coisas que nunca sentiu.
No máximo se escreve, ou se fala,
De uma coisa desconhecida,
Através de um frágil instinto.
Se eu vivesse em meio a natureza,
E visse todos os dias diante dos meus olhos
Uma plantação de abóboras,
Eu falaria dela com muita destreza!
Falaria de suas diversas ramas,
Que espalhadas aleatoriamente pela terra,
A cobrem como um grande tapete estendido.
Eu falaria também de suas folhas verdes e
nutridas,
Por uma terra rica em água e proteínas,
Ou amareladas e frágeis, quase sem vida,
Tentando sobreviver heroicamente,
Em meio a uma pobre natureza.
Eu falaria daquela terra quase destruída,
Resultado de ações desumanas,
Coisas que o homem faz, que não são boas,
Coisas que não fazem nenhum sentido!
Eu certamente falaria sem muita dificuldade,
De abobreiras insistentes, daquelas que nunca
desistem,
Que teimam em crescer e dar frutos,
Em uma terra árida e pobre de nutrientes.
Se estivesse ali, naquele lugar,
Eu descreveria a vida desta abobreira
Com realeza e muita maestria!
Eu falaria da trajetória de seus frutos,
Desde a rama até as panelas!
E falaria provavelmente de seu sabor,
Se deles, eu tivesse a felicidade de provar.
Rozilda Euzebio Costa
(23.04.2015)
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