Texto By Rozilda Euzebio Costa
Nestes tempos de redes sociais, de amigos
virtuais, e de tudo o mais, existem muitas pessoas vivendo uma vida inventada e
infeliz.
Uma grande maioria de pessoas que está nas
redes sociais hoje em dia, está por solidão. Uma solidão que vem de dentro do coração. Uma
necessidade de ser visto e amado. De ser notado e tratado com amor.
Nota-se nas redes sociais que, existe uma grande
massa de pessoas solitárias, buscando alguém que as perceba de verdade e se
importe com elas. É uma verdade difícil de ser aceita por aqueles que vivem esta realidade. Porque as redes sociais dão uma falsa sensação de companhia.
Existem aquelas pessoas, que não são
nem amigos físicos, nem amigos virtuais da outra pessoa, mas que, por ter algum
tipo de influência na sociedade, são solicitadas a posar abraçados e sorridentes para uma foto.
Uma foto que dê notoriedade, e que dê um orgulho ilusório. Uma foto que fique bonita e legal o suficiente para chamar a atenção dos amigos na rede social. Pois se acham-na bonita e interessante, vão curtir! O que na verdade, poucos
curtem. E sabem porquê? Porque cada um está mais preocupado consigo mesmo e a
com a sua solidão, do que com a solidão e com o vazio emocional do outro. Cada
um quer chamar a atenção para si. Cada um sente a sua própria necessidade de
amor e de companhia. Cada um tem as próprias necessidades cravadas na alma. Nesta
busca por atenção, se vai vivendo cada dia mais uma vida vazia de realidades.
Existem aqueles que entram madrugada afora
diante de seu computador. Posta uma infinidade de coisas, muitas vezes,
supérfluas, e permanecem acordados, na expectativa de que alguém veja e curta suas postagens. Ou
mesmo, que faça algum comentário nelas, porque isso se tornou um falso alimento para suprir a falta de presença humana, de carinho, e de afetos na vida de muitas pessoas. E no final das contas o que
importa não é o “curtir” ou o “comentário” que a outra pessoa escreveu na
postagem. O que realmente importa com a passagem do outro pelo que foi postado, é a confirmação
de que alguém percebeu que a outra pessoa existe. Com isso, já não
se sentirá mais tão sozinho.
Nas redes sociais também existem aqueles que
não são tão amigos assim. Eles passam e olham as postagens do outro e enchem suas
próprias mentes de críticas destrutivas em relação a outra pessoa. Sem que o
outro tenha feito nada de errado, ou de mal. O outro acaba sendo julgado pela insensatez,
pela inveja, e pela maledicência do “amigo oculto”, que passou, e deixou seu
veneno ocultado num olhar desprezível na postagem do outro. Porque está mais
preocupado em encontrar um meio de julgar o outro, ao invés de olha-lo com amor e benevolência. Ou mesmo, meditar em sua própria imperfeição, para descobrir onde ele pode melhorar, e o que melhorar em si mesmo, e em seu modo de viver.
Pode-se encontrar nas redes sociais todo tipo
de pessoas, mas a maior descoberta que se pode fazer nelas, está entre os
próprios amigos da vida física, quando eles se tornam “amigos virtuais”.
Pode-se notar que, uma grande maioria das
pessoas quando se tornam amigos virtuais de seus amigos da amizade física nas
redes sociais, passam a conhecê-los a partir de um outro ângulo de visão.
Devido aos tipos diversos de exposição da
própria vida e do compartilhamento de postagens que eles fazem em suas páginas nas redes sociais,
algumas pessoas passam a serem vistas de forma diferente de como eram vistas
antes da rede social. Alguns até se tornam totalmente estranhos diante daqueles
que outrora eram amigos físicos. Isso prova que ninguém conhece ninguém a
fundo.
Um amigo físico vê menos das características do outro amigo, do que quando
este se torna seu amigo virtual nas redes sociais. As coisas mudam. A amizade física de antes já não é vista da mesma maneira. Torna-se desestruturada.
Neste ponto entra a solidão novamente, porque sem os amigos físicos, o ser humano vai se
tornando cada vez mais sozinho na vida. O isolamento passa a ser cada vez mais, um
caminho que levará o ser humano a mergulhar-se na depressão, e a sentir a falta de
entusiasmo pelas coisas da vida.
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