Fred e o Peixe Falante - Texto By Rozilda Euzebio Costa

Contos de preservação do Meio Ambiente 

Educação Ambiental Infantil

By Rozilda Euzebio Costa

Fred era um garoto de seis anos de idade, que adorava passear na fazenda de seu pai. Era chegar às férias do colégio, e ele logo arrumava a sua mochila, avisando em seguida ao pai, que já estava pronto para a viagem.

Quando chegava à fazenda, Fred logo corria a arrumar suas tralhas de pesca. Pescar no lago era algo que ele fazia com paixão.

Certa vez ao chegar à fazenda, correu para o lago e tratou de procurar um bom lugar para se apoiar e praticar sua pescaria, mas porém, teve uma grande surpresa.

Depois de alguns minutos que havia atirado o anzol na água, sentiu puxar a linha com muita força. – Parece um peixe grande! Pensou ele. Levantou-se e foi ajeitando a linha, aproximando dele o peixe, com bastante tranquilidade, para não perder aquele peixão.

O peixe foi se aproximando da margem do lago, e de repente, Fred ouviu uma voz que ele não soube identificar de onde vinha. Ouvira uma voz dizer: - me deixe em paz! - mas Fred olhou a sua volta e não viu ninguém! Então um pensamento lhe veio em mente, mas ele não queria acreditar que fosse possível que aquele peixe estivesse falando com ele! O som da voz parecia vir de dentro do lago!

E novamente a voz falou:

– Qual é garoto, me deixa em paz!

Desta vez Fred não teve dúvidas, o peixe estava mesmo falando com ele! Como poderia ser isso?! Um peixe falante!

- Quem está aí? Quem está falando comigo? – perguntou Fred, um tanto assustado, e o peixe então respondeu:

- Ora rapazinho, sou eu mesmo! Dá para tirar este anzol da minha boca? É esse o nome, não é? Anzol? Já ouvi muitos pescadores falarem aqui na beira do lago. Isso está me machucando, sabe! – disse o peixe, já nervoso. 

Fred, muito assustado, puxou a linha um pouco mais, e finalmente pôde ver o peixe.

- Mas o que é isso?! Eu nunca vi um peixe falar! – disse Fred, muito assombrado.

- Nunca viu é? Pois agora está vendo. Saiba que eu falo. Sou diferente. Agora tira logo esse anzol da minha boca. Eu não vou fugir de você! Até porque, eu tenho que mandar um recado pro seu pai – disse o peixe, dando uma rabanada na água.

- Recado?! – perguntou Fred, retirando o anzol logo em seguida.

- Sim. Um recado. Diga para o seu pai parar de cortar as árvores em volta do meu lago, porque ele está secando!

- Eu nunca vi um bicho falar! E muito menos um peixe! – disse Fred novamente, com ar de assombrado. E ficou pensativo por alguns instantes, com os olhos estatelados.

- Garoto?! Garoto?! Cadê você? Não vai falar comigo não é? – perguntou o peixe.

- Claro! É que... Eu estou um pouco assustado. O que você disse mesmo?

- Meu Deus, esses garotos andam com a cabeça não sei aonde! Eu disse pra você pedir para o seu pai não cortar mais as árvores em volta do meu lago, porque isso faz o meu lago secar! Entendeu? Ou quer que eu desenhe? Já aviso logo; falar para mim não é difícil, agora, desenhar... Isso já é outra história.

- Mas eu sempre vim aqui, porque você nunca falou comigo antes? – Fred quis saber.

- Eu esperava que seu pai despertasse a consciência e percebesse que está destruindo a natureza. Sem falar de nós aqui do lago, eu e meus amigos, minha família... Você não tem ideia de quantos somos nós, garoto! Além do mais, eu não queria ver um garoto com cara de bobo.

- Como assim? Garoto com cara de bobo? Quem é esse garoto? Não está se referindo a mim, não é? – perguntou para o peixe.

- Não, não. Claro que não... – depois de negar, o peixe confirmou baixinho para que Fred não o ouvisse, senão ficaria magoado com ele.

- Ora se não!

- Tudo bem. Vou pedir ao meu pai para deixar as árvores vivas em volta do seu lago, pode ficar tranquilo. Só não vou dizer a ele que falei com um peixe, ele nunca vai acreditar! – Fred sorriu, junto com o peixe.

Fred e o peixe falante se tornaram grandes amigos. E nos anos seguintes, Fred continuou visitando seu amigo, mas nunca revelou a ninguém que ele conversava com um peixe. Isso era um segredo somente deles.