Texto By Rozilda Euzebio Costa
Há quem garanta que as rosas nos escutam, e que algumas delas até sentem
a nossa tristeza quando choramos perto delas. Dizem ainda que algumas rosas até
choram quando nos veem chorando! Hoje eu tenho dúvidas sobre isso porque me
tornei uma adulta, e a maioria dos adultos se tornam céticos. Talvez pela
dureza da vida, os adultos perdem a essência natural dessa magia que envolve
toda a criação, que é a capacidade de acreditar que todas as criaturas vivas
possuem seu próprio meio de comunicação. Uma linguagem capaz de ser
compreendida pelas almas mais sensíveis.
Eu me recordo muito bem de quando eu tive a minha primeira paixão
platônica. Eu era uma menina de 15 anos, com uma ingenuidade tão acima dos
padrões normais para a minha idade! Eu acreditava que as estrelas cadentes
realizavam pedidos de amor, e que todas as flores falavam e ouviam. Inclusive
as rosas!
Naquele tempo, eu tinha duas amigas confidentes, e elas não eram gente
como eu. Elas eram duas lindas roseiras que viviam belas e felizes, plantadas
no pequeno jardim da casa em que eu morava.
Eu era uma menina muito sonhadora! Oh, como eu sonhava! Se houvesse
registrado todas aquelas fantasias que germinavam em minha mente sonhadora, eu
teria escrito muitos livros de ficção. E eu sonhava mais acordada do que
dormindo!
No entanto, conversar com as plantas e com as estrelas era minha
especialidade. Eu acreditava que as minhas amigas roseiras me ouviam. E por
acreditar piamente nisso, eu sempre contava todos os meus segredinhos para elas.
Contava-lhes sobre os meus sentimentos em relação ao meu príncipe do cavalo
branco.
Eu percebia que quando eu lhes contava algo feliz e interessante, elas vibravam! E eu sentia que elas pareciam dar gargalhadas de felicidade. Eu até ouvia o riso das rosas! Era magnífico sentir toda aquela magia que elas me faziam experimentar.
Eu percebia que quando eu lhes contava algo feliz e interessante, elas vibravam! E eu sentia que elas pareciam dar gargalhadas de felicidade. Eu até ouvia o riso das rosas! Era magnífico sentir toda aquela magia que elas me faziam experimentar.
Houve uma vez em que presenciei uma cena entre as minhas amigas
roseiras que me fizeram crer que elas haviam compreendido a minha linguagem. Quando
lhes relatei sobre o meu primeiro beijo, elas se balançaram todas, como dançarinas
felizes em um salão de festa de debutantes. Não foi o vento que fez com que os ramos
das duas roseiras se balançassem. Estava um tempo muito parado! E, no entanto,
eu presenciei o bailar feliz de todas as minhas amigas rosas. Elas sentiram a
minha alegria, e eu me senti tão honrada com cumplicidade de todas àquelas
rosas para comigo, que até os dias de hoje, as rosas são minhas flores
preferidas! Claro que eu não ando por aí conversando com as rosas, não porque
elas não me escutem, mas porque eu é que me tornei surda e cega para a
linguagem das flores.
Hoje, pensando com mais maturidade em relação à comunicação natureza
versus homem, eu sei que tudo que existe e tem vida, é energia em movimento. A
própria natureza trabalha em sintonia energética com o ser humano. O homem dá a
sua energia para cultivar a natureza, e ela o alimenta com a energia que ele
precisa para manter a vida.
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