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Existencialismo


O meu eu humano enquanto sendo árvore,
Se confunde na composição do ser uma planta,
E penso com a natureza de uma árvore.

E enquanto árvore,
Alargo as minhas ramificações,
Tentando ser gigante,
Para alcançar o céu.

Busco me alargar,
Me espalhar,
Para abrigar em mim,
Centenas de passarinhos,
Dezenas de ninhos,
Vida.

O meu eu humano, enquanto sendo uma árvore, chora,
E derrama rios frágeis de seivas,
Que através do meu tronco escorrem,
Como as lágrimas de um humano desesperado.
Sinto medo do futuro incerto e desconhecido,
Sinto medo do fim,
Como o medo de um menino
Em perder o seu brinquedo de estimação.

A minha existência humana enquanto árvore,
Espera da Terra,
A força de continuar existindo,
Nesta selva de mentes inconsequentes.

Já, a minha existência árvore enquanto humano,
Se perde na dor e no desespero,
Nos pesares,
Pela destruição do todo.
No abandono.
Respiro ares poluídos,
Em uma abóboda transfigurada,
Numa cidade atormentada,
Que vive de batalhas sangrentas,
Onde homens se atacam,
Se ferem e se maltratam
Por conquistas insanas.

O meu eu árvore enquanto humano,
Agarra-se ao fio de uma existência trêmula,
Fragilizada,
Descompassada,
Sendo levada pelos ritmos,
De uma incoerência sem noção.

E para não me perder no vão,
De um existencialismo sem freios,
Sem prazer e sem sabor,
Tento extrair do meu eu de árvore,
A minha essência raiz.

A minha humanidade de árvore,
Já não consegue distinguir
O viver do sobreviver.
Pela manhã, vê um sol que chega,
Ao entardecer, vê um sol que parte.
Pela manhã vê uma luz no fim do túnel,
Mas a noite essa luz se dissolve,
Em meio a inquietudes desgastantes.

E numa ânsia de respostas de tantos porquês,
O meu eu árvore enquanto humano, adormece,
Tronco e raiz,
Sem nada compreender.

E a vida continua,
Depois de adormecer, outro despertar.
Árvore ou humano,
Sou vida que compõe esta grande obra.
Terra.

Rozilda Euzebio Costa
18.05.2018

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