Chegar ao destino
Durante anos, nas suas sessões de
meditação, um mestre observou a presença de um jovem que nada falava e que
parecia indiferente a tudo.
Certa noite, esse moço chegou mais
cedo e, ao encontrar o mestre sozinho aproximou-se dele, interpelando-o:
- Há muito tempo frequento o seu
centro de meditação e tenho reparado no grande número de pessoas que aqui
também vem. Alguns deles tornaram-se pessoas muito melhores, qualquer um pode
comprovar isso. Outros experimentaram relativa mudança em suas vidas. Noto que
também, essas são pessoas mais felizes. Mas, senhor, alguns existem, dentre os
quais me incluo que, permanecem como eram ou incidem em erros que pareciam já
ter superado. Não mudaram nada, ou não mudaram para melhor! Por que precisa ser
assim, mestre? Por que o senhor não usa do seu poder e do seu amor para
libertar incondicionalmente a todos?
O mestre sorriu e perguntou:
-De qual cidade você vem?
- Venho de Rajagaha, mestre, a
trezentos quilômetros daqui.
- Você ainda tem parentes ou negócios
nessa cidade?
- Sim, e por isso frequentemente vou
para lá.
- Então - disse o mestre - você deve
conhecer muito bem o caminho.
- Sim, eu o conheço perfeitamente.
Tantas vezes já o percorri que me atreveria dizer que até com os olhos vendados
eu poderia encontrá-lo.
- Deve, então, acontecer de algumas
pessoas às vezes o procurarem, pedindo-lhe que lhes explique o caminho até lá.
Quando isso ocorre, você oculta alguma informação ou explica claramente?
- O que haveria para ocultar, mestre?
Eu lhes explico claramente o caminho, de maneira a não deixar nenhuma dúvida.
- E essas pessoas, às quais você dá
explicações tão claras, todas chegam à Rajagaha?
- Somente aquelas que percorrem o
caminho até o fim.
- É exatamente isso que quero lhe
explicar, meu jovem. As pessoas vêm a mim sabendo que sou alguém que já
percorreu o caminho e que o conhece bem. Elas vêm e perguntam: “Qual é o
caminho da felicidade?” Eu lhes explico claramente. Se alguém, simplesmente
abana a cabeça e diz: “Lindo caminho, mas não me darei ao trabalho de
percorrê-lo”, como poderá essa pessoa chegar ao destino? Eu não carrego ninguém
nos ombros. Digo apenas: “Este é o caminho e é assim que o percorro. Se você
também trabalhar, também caminhar, certamente atingirá o seu destino” Mas cada
pessoa deve percorrer o caminho por si mesmo, deve sentir cada um dos seus
próprios passos. Afinal, uma caminhada, por mais longa que seja começa com o
primeiro passo, e deve ser feita com as próprias pernas.
*
* *
Deus nos oferece diariamente oportunidades
para sermos melhores e trilharmos de modo efetivo, o caminho do bem.
Essas chances, no entanto, só podem
ser usufruídas individualmente. Não há como transferir tais responsabilidades a
nenhuma outra criatura. O nosso dever é de crescimento e aprendizado. E nosso,
exclusivamente, será o mérito pela real conquista de virtudes que nos
proporcionarão a verdadeira felicidade.
Redação do Momento Espírita, com base no
livro, “Como tirar vacas no precipício” de
Alzira Castilho, ed. Panda Books. Em 21.10.2015.
muito bom,concordo plenamente,pois como vou melhorar em algo se eu não fizer por onde ou correr atrás do que eu quero!!!!!
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